O Porto do Itaqui, está dando mais um importante passo em direção à sustentabilidade. Em alinhamento com metas globais de redução de emissões de gases de efeito estufa, o porto concluiu recentemente o cálculo detalhado de sua pegada de carbono, abrangendo emissões diretas e indiretas associadas às suas operações. O levantamento foi apresentado durante uma reunião online com a participação de empresas que atuam no Itaqui, como CLI, TEGRAM, COPI, COPABO, TRANSPETRO, GRANEL QUIMICA, ZIRAN e VLi. O relatório coloca o Itaqui como o primeiro porto público brasileiro a implementar um programa completo de descarbonização.
O estudo, realizado pela Fundação ValênciaPort, avaliou as emissões de acordo com os critérios dos Escopos 1, 2 e 3 do GHG Protocol – uma metodologia amplamente reconhecida para monitoramento de emissões. De acordo com os resultados, as emissões diretas (Escopo 1) representaram 0,3% do total de emissões do porto, enquanto as indiretas relacionadas ao consumo de eletricidade (Escopo 2) corresponderam a 0,1%. As demais emissões indiretas (Escopo 3), que englobam fornecedores e atividades de terceiros, totalizaram 99,6%.
“Realizar o cálculo da pegada de carbono nos permite agir de forma mais efetiva na transição para operações portuárias mais sustentáveis”, afirma Isa Mary Mendonça, presidente em exercício do Porto do Itaqui. “Esse é um passo importante para identificar áreas de melhoria e potencializar nossa eficiência energética, além de reforçar nosso compromisso com o meio ambiente e a comunidade que atendemos. ”
Próximos passos rumo à descarbonização
Com o cálculo em mãos, o Porto do Itaqui avança para a etapa de implementação do Plano de Descarbonização. Bruno Mota, diretor de Planejamento e Desenvolvimento do Itaqui, ressalta a importância desse momento: “Este estudo cria uma base sólida para que possamos estabelecer metas claras e desenvolver ações em conjunto com o setor privado, com foco na redução de CO₂. A sustentabilidade é um compromisso conjunto, e o Porto do Itaqui está alinhado com os objetivos globais para mitigar as mudanças climáticas. ”
O plano de descarbonização envolverá um conjunto de ações que serão executadas em parceria com autoridades e o setor privado, visando uma transformação energética das operações. Entre as estratégias propostas, está o uso de tecnologias como o Onshore Power Supply (OPS), que permite aos navios atracados se conectarem à rede elétrica, minimizando o uso de combustíveis fósseis. Segundo o estudo, navios de granéis líquidos, por exemplo, apresentam maior consumo energético enquanto atracados. Com o uso do OPS, o porto poderá reduzir substancialmente as emissões dessa categoria de embarcação.
“Após a conclusão do relatório, já estamos avançando com o plano de descarbonização”, explica Luane Lemos, gerente de meio ambiente do porto. “Estamos realizando reuniões quinzenais para definir as ações prioritárias e o tipo de investimento necessário para cada etapa. Tudo isso será detalhado no plano de descarbonização, que é o próximo passo do processo. ”
Impactos e liderança ambiental
A implementação deste plano colocará o Porto do Itaqui em posição de destaque entre os portos públicos brasileiros, reforçando sua reputação como um agente comprometido com práticas ambientais avançadas. O objetivo é não só reduzir as emissões de GEE em toda a cadeia portuária, mas também incentivar que outros portos e empresas sigam o exemplo e adotem práticas ESG (Ambiental, Social e Governança). Para o Itaqui, as iniciativas sustentáveis poderão atrair novas oportunidades de negócios e fortalecer as parcerias com clientes que compartilham os mesmos valores ambientais.