Serão leiloados os terminais PAR14, PAR15 e PAR25, voltados à movimentação de graneis sólidos vegetais
A expectativa é de que os novos investimentos dobrem a capacidade de escoamento da safra agrícola pelo Porto de Paranaguá. – Foto: Divulgação
O Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), em parceria com a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), dará início, no próximo dia 30 de abril, às primeiras rodadas de leilões de terminais portuários na Bolsa de Valores B3, em São Paulo (SP).
Entre as áreas ofertadas, três estão localizadas no Porto de Paranaguá (PR): os terminais PAR14, PAR15 e PAR25 — todos voltados à movimentação de granéis sólidos vegetais. Os investimentos nessas áreas reforçam o papel estratégico do porto, que hoje é a segunda maior autoridade portuária do país e um dos principais corredores de exportação de commodities agrícolas.
A expectativa é de que os novos investimentos dobrem a capacidade de escoamento da safra agrícola pelo Porto de Paranaguá. Importante destacar que, em 2024, foram movimentadas mais de 66 milhões de toneladas.
Considerado um dos principais corredores de exportação do país, o Porto de Paranaguá é a segunda maior autoridade portuária do Brasil. Com infraestrutura moderna, o complexo conecta 10 terminais a três berços especializados na exportação de granéis sólidos, consolidando-se como um sistema de referência na logística portuária nacional. Importante destacar que é responsável pela descarga de 33% dos fertilizantes importados pelo Brasil, que é o 4º maior mercado consumidor de fertilizantes do mundo.
“O bloco que será leiloado é totalmente voltado ao agronegócio, o que o torna extremamente atrativo para investidores e fundamental para o Brasil”, destaca o secretário nacional de Portos, Alex Sandro de Ávila. Atualmente, o Porto de Paranaguá lidera as exportações brasileiras de proteína animal, sendo responsável por 30% de toda a carga embarcada, além de abrigar 20 projetos focados em sustentabilidade ambiental.
Para o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, os investimentos previstos serão fundamentais para o desenvolvimento logístico e econômico: “Até 2026, realizaremos mais de 42 leilões de terminais portuários, com aporte estimado de R$ 22,85 bilhões. Esses projetos vão modernizar nossa infraestrutura, gerar empregos e movimentar a economia em todo o país.”
Investimentos
O terminal PAR14, com área de 82.436 m², terá concessão por 35 anos e exigirá investimentos mínimos de R$ 1,006 bilhão (R$ 529 milhões de investimento + aporte 477 milhões). Entre as melhorias previstas estão a construção dos novos berços do “Píer T”, com sistemas modernos de despoeiramento, elevadores de canecas, torres de transferência e balanças de fluxo. A conexão com o sistema Moegão será obrigatória na fase inicial, com a instalação de duas linhas transportadoras capazes de movimentar até 2.000 toneladas por hora.
Já o PAR15, com 43.279 m², também será concedido por 35 anos e deverá atrair R$ 604 milhões (R$ 293 milhões de investimentos + aporte 311 milhões). O operador será responsável por implantar quatro balanças e dois tombadores até o quinto ano de contrato, além de integrar sua operação ao “Píer T”, com capacidade mínima de movimentação de 2,2 milhões de toneladas por ano.
O terminal PAR25 representa um avanço importante na modernização da logística portuária. O projeto, que prevê aportes de R$ 565 milhões (R$ 233,5 milhões de investimentos + aporte 331 milhões), visa regularizar as áreas operacionais e expandir a infraestrutura de escoamento da safra agrícola, fortalecendo a competitividade do Porto de Paranaguá no cenário internacional.
Moegão
Um dos grandes destaques dessa nova fase é o Moegão, sistema exclusivo de descarga ferroviária de grãos e farelos. Com previsão de conclusão até dezembro, a obra promete elevar a participação do transporte ferroviário dos atuais 15% para 50%.
De acordo com Gabriel Vieira, diretor de Operações Portuárias da Portos do Paraná, a operação do novo sistema de descarga vai agilizar a logística ferroviária no Porto de Paranaguá. “Na prática, a capacidade diária de descarga passará de 550 para 900 vagões, um aumento de 63%”, afirmou. Com a implantação do Moegão, os grãos serão descarregados diretamente e transportados por esteiras até os 11 terminais interligados do Corredor de Exportação Leste, garantindo mais eficiência ao processo. Segundo Vieira, a operação será também mais sustentável e econômica, reduzindo o número de caminhões nas estradas, diminuindo a emissão de poluentes e promovendo a geração de empregos e renda na região.