Foi realizada nesta quarta-feira (26), no Rio de Janeiro, a primeira reunião presencial do Arranjo Global sobre Comércio e Gênero (GTAGA, na sigla em inglês). A reunião ocorre às margens da 3ª reunião do Grupo de Trabalho de Comércio e Investimentos do G20.
O Arranjo é um acordo que foca na cooperação entre os países, e tem como objetivo principal promover políticas comerciais e de gênero que se apoiem mutuamente para melhorar a participação das mulheres no comércio. O Brasil aderiu ao acordo em fevereiro deste ano, e o grupo atualmente é composto Argentina, Austrália, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, México, Nova Zelândia e Peru.
Durante as discussões, os países compartilharam experiências sobre metodologias e estatísticas desenvolvidas para quantificar a participação feminina no comércio internacional, assim como maneiras para estimar o impacto de acordos comerciais com uma ótica de gênero. As discussões estão na fronteira do que é feito mundialmente em termos de métodos matemáticos e estatísticos para quantificar a participação feminina no comércio, e o impacto do comércio sobre as mulheres.
Estudo publicado pelo MDIC em 2023, “Mulheres no Comércio Exterior – uma análise para o Brasil”, aponta que, em 2019, 2,6 milhões dos empregos nas firmas que atuam no comércio exterior brasileiro foram ocupados por mulheres, representando 32,5% dos empregos totais dessas empresas; e que apenas 14% das empresas exportadoras pertencem em sua maior parte a mulheres, demonstrando o espaço atual para que as mulheres se beneficiem do comércio exterior, seja como trabalhadoras ou empreendedoras.
“O Brasil é um dos poucos países que têm um diagnóstico sobre a participação feminina no comércio internacional. Precisamos avançar na discussão, compartilhar e aprender com as experiências dos outros. É necessário um esforço global para que o comércio seja mais inclusivo”, afirma a secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres.
Além da sessão dedicada a estatísticas e estimativas, o grupo discutiu também os próximos passos e iniciativas do Acordo. A participação ativa do Brasil no Acordo vai ao encontro de outras iniciativas que abrem oportunidades de cooperação e de elaboração de políticas públicas que permitam que o comércio promova o empoderamento feminino e a equidade de gênero.
A participação feminina no comércio internacional é também uma prioridade da presidência brasileira no G20. Nas reuniões que ocorrem nos dias 27 e 28, do Grupo de Trabalho sobre Comércio e Investimentos, também no Rio, o Brasil pretende avançar com os membros do G20 na discussão a respeito das barreiras que as mulheres encontram para operar no comércio internacional.
Foto: Alex Ramos/MDIC