Durante o seminário “Encontros 200 anos de amizade Brasil-Estados Unidos”, nesta terça-feira (28), a secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex/MDIC), Tatiana Prazeres, destacou a importância da relação bilateral entre os dois países e destacou pontos para fortalecer a relação comercial.
“Nós costumamos dizer que os Estados Unidos são o primeiro parceiro econômico do Brasil, se nós somarmos comércio de bens, serviços e investimentos. Os Estados Unidos são o principal destino das nossas exportações de produtos manufaturados”, explicou a secretária no painel Comércio e Serviços.
Só nos quatro primeiros meses deste ano, as exportações para os EUA totalizam US$ 12,7 bilhões. De acordo com Tatiana, os Estados Unidos são o país para o qual o maior número de empresas brasileiras exportam. Entre as manufaturas exportadas para os EUA destacam-se o aço, aeronaves, máquinas e equipamentos para construção e mineração, ferro-gusa, café em grão, suco de frutas, madeira trabalhada, cal, cimento e materiais para construção, motores de pistão, geradores elétricos e elementos químicos inorgânicos.
“Quando nós pensamos na importância de ampliar a base exportadora do Brasil, evidentemente que o mercado americano é um mercado muito importante”, explicou. Além disso, “as importações que são provenientes dos Estados Unidos contribuem de maneira significativa para a própria competitividade da indústria brasileira”, explicou a secretária durante o evento realizado no Palácio do Itamaraty, em Brasília.
Ampliar a base exportadora é importante para o Brasil. Afinal, empresas que exportam contratam profissionais mais qualificados, são mais produtivas, remuneram melhor, são mais inovadoras e têm uma vida mais longa, de acordo com estudo da Secex.
Política Industrial
Os EUA são importantes para a ampliação da base exportadora do Brasil, sobretudo no contexto de valorização de política industrial, com a Nova Indústria Brasil, e de melhoria da pauta exportadora do Brasil.
“Agregar valor à base exportadora do Brasil passa por ampliar o fluxo de comércio Brasil-Estados Unidos, porque é exatamente para os Estados Unidos que nós vendemos produtos de maior valor agregado”, avaliou Tatiana.
A secretária de Comércio Exterior do MDIC destacou a importância da promoção comercial para melhorar o relacionamento com os Estados Unidos. “É algo fundamental, especialmente diante de um mercado para o qual não há barreiras relevantes ao ingresso de produtos brasileiros”, afirmou.
A agenda de governo cada vez mais ampla, com o comércio se relacionando com diferentes áreas de políticas públicas, também abre oportunidades de fortalecimento das relações. “Por exemplo, comércio e sustentabilidade. A discussão sobre comércio e desenvolvimento sustentável é algo que nos aproxima dos Estados Unidos, é algo que favorece oportunidades para intercâmbios econômicos, comerciais, tecnológicos, financeiros”, salientou.
Entre outras áreas com potenciais de parcerias com os EUA, no contexto de mudanças em cadeias de valor, a secretária listou as de combustível de aviação sustentável, semicondutores, baterias e equipamentos médicos.
A agenda de desburocratização e facilitação de comércio também foram apontadas por Tatiana como caminhos para fortalecer a relação com os EUA. “São temas que também surgem no âmbito do Fórum de CEOs Brasil e Estados Unidos, e é uma agenda na qual o governo avança com muita convicção.”, concluiu.
Seminário
Em comemoração ao bicentenário das relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos, o Ministério das Relações Exteriores, a Fundação Alexandre de Gusmão, a Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos e a Fundação Armando Alvares Penteado realizaram o Seminário “Encontros 200 anos de amizade Brasil-Estados Unidos”
Ao longo do dia, foram realizados seis painéis para debater desafios e oportunidades da relação Brasil e Estados Unidos, com participação de representantes do governo, embaixadores.
Foto: Gabriel Lemes